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domingo, 21 de março de 2010

A aventura de entregar uma carta.... sem nome de rua

Ruas com o mesmo nome, edifícios sem número e áreas sem código complicam a distribuição de correio. Habitantes acabam por ficar sem muita correspondência. Câmara reconhece que tem culpas e irá fazer um levantamento toponímico.

Em Monção há ruas com o mesmo nome, edifícios sem número de polícia e áreas sem código postal totalmente definido. O resultado é a verdadeira aventura que se torna a entrega de correio na vila. "De facto temos alguma culpa nisso. Mas os CTT, com estas lógicas de privatização, também não escapa, porque quando as pessoas conheciam o seu carteiro era tudo bem diferente", começou por justificar o presidente da Câmara de Monção, José Emílio Moreira.
A situação está a irritar a população, já que diariamente há casos de correspondência trocada, tendo em conta as dificuldades na definição dos destinatários.
"A nossa preocupação foi construir ruas novas, infra-estruturas, melhorar as condições de vida. Mas agora reconheço que é preciso identificar as ruas e os edifícios. Agora já não o carteiro que conhecia toda a gente", desabafa o autarca socialista. José Emílio Moreira recorda que no Plano de actividades da autarquia para este ano já está incluído um investimento na realização de um levantamento toponímico do concelho, tanto na zona urbana como nas freguesias.
Actualmente há já algumas freguesias a desenvolver esse trabalho, enquanto na área urbana e nas freguesias limítrofes está também constituído um grupo de trabalho encarregue de fazer esse levantamento.
O autarca garante que um dos objectivos deste mandato é que todas as habitações tenham número de polícia e nome de rua, "para que não haja mais equívocos na distribuição do correio".
"Da nossa parte já temos feito alguma coisa, inclusive foi criada uma comissão municipal mas que nunca funcionou muito bem. Mas queremos definitivamente resolver este problema", diz ainda.
Para já, enquanto o processo toponímico não é concluído, o autarca apela à atenção dos carteiros para evitarem as constantes trocas, apesar de sempre admitir que, sem número de polícia ou nome de rua, é "mais difícil" dar com o destinatário
Com 20 mil habitantes, o concelho de Monção está distribuído por um território de 211 quilómetros quadrados de área, o que o transforma num dos mais extensos do Alto Minho. Algumas das 33 freguesias estão afastadas da sede do concelho vários quilómetros, o que ainda coloca o correio como uma das principais ligações da população ao mundo. As trocas na distribuição têm acontecido também nestas aldeias, sobretudo porque a figura do carteiro tem cada vez mais vindo a desaparecer.

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